Você já teve... uma amizade literária?

Estou aqui para falar sobre a realidade de alguns e desejo de muitos: as amizades literárias. Já pensou que legal seria para você, leitor assíduo ou até mesmo bookaholic, poder compartilhar de um dos hábitos que você mais gosta com uma pessoa próxima?

Apesar do nosso público leitor estar aumentando bastante, o Brasil infelizmente ainda não é um país no qual uma boa parte da população compartilha de grande interesse pela leitura. Mas é claro que existem exceções, certo? E para a minha felicidade, atualmente convivo com alguns adolescentes que - tcharam! - adoram ler tanto quanto eu.

É claro que o post ia ficar imenso se eu falasse da minha amizade com cada um deles, por isso resolvi escolher o meu amigo literário mais próximo de vocês: Rafael Augusto, que além de bookaholic, é blogueiro do Enseada das Letras.

Nós nos conhecemos ano passado por intermédio de uma amiga minha. Na época, eu já era blogueira e o Rafa tinha interesse pela leitura, mas não costumava ler muito porque sempre foi muito atarefado e tinha dificuldade de arrumar tempo para os livros. A primeira indicação literária que ele seguiu, foi por uma resposta minha do ask, na qual eu dizia que apreciava muito o título de O Ladrão de Olhos, livro que eu havia gostado bastante. Eu só soube que ele tinha comprado seu próprio exemplar alguns dias depois, quando ele me disse que estava lendo e gostando muito. Fiquei super feliz por ele ter tomado a iniciativa de comprar um livro sob minha indicação, mas ficou só por isso mesmo.

Os livros só voltaram a aparecer na nossa amizade um bom tempo depois, quando estávamos "brigados". Havíamos tido um desentendimento um tanto sério e eu achava que não voltaríamos a nos falar, até que Sob a Redoma se encarregou de nos aproximar novamente. Eu estava lendo a obra e não pude deixar de relacioná-la ao Rafa, visto que ele gosta muito de política e o livro várias vezes tomava rédeas que eu achei que ele precisava urgentemente conferir. Um pouco insegura, visto que nossa relação andava tensa, mandei uma mensagem para ele no face indicando a obra e dizendo que achava que ele iria gostar muito.

Alguns dias depois, ele me disse que havia comprado o livro e já havia começado a leitura. Eu tenho que admitir, fiquei muito surpresa por ele estar lendo, visto que a obra possui nada mais, nada menos que 960 páginas. E minha felicidade foi imensa quando pouco mais que vinte dias depois, ele terminou de ler, dizendo que eu estava certa, tinha gostado muito. E mais: estava disposto a se reeducar como leitor e dar um jeito de dedicar um tempo maior para os livros.


Quando recebi o sinal verde para transformá-lo em bookaholic, a aventura começou. Nosso gênero preferido? Distopias. Rafa resolveu comprar o box de Jogos Vorazes - AI! Agora eu preciso extravasar aqui o quanto eu surtei quando ele disse isso. Vocês devem saber que eu sou tributo, né? Então, então, então! Finalmente arrumei alguém que convivesse comigo e que pudesse vir a gostar tanto da série quanto eu! Não é ma-ra-vi-lho-so? - e em seguida, a quadrilogia de Scott Westerfeld: Feios. Se você estava achando que parou por aí, não podia estar mais enganado! Após terminar de ler as duas séries, ele resolveu se presentear com a série - morri de inveja - escrita por Stephen King, A Torre Negra.

Podem falar o que quiser, mas eu me orgulho muito do bookaholic que ajudei a despertar nele. É claro que sem o seu interesse, dedicação e gosto pela leitura, nada disso teria sido feito, mas eu gostei muito de ter tido uma participação nisso tudo. Mas eu fiquei toda boba mesmo quando ele resolveu se tornar meu companheiro na blogosfera literária. Acredito que meu amigo tem um potencial muito grande para fazer com que o Enseada das Letras cresça e acompanho seu blog com muito gosto, desde o primeiro post.

E a caminhada continua... Recentemente fui noticiada de que ele comprou - e montou sozinho, apesar de alguns, cof, cof, empecilhos - sua primeira estante. É claro que eu também participei nessa parte, né? Ajudei-o a escolher o modelo quando ele foi à minha casa e viu pessoalmente a minha e gostou. Eu nem amei lhe passar o link da loja virtual onde comprei minha estante... Imagina!

Outra coisa bem legal foi o que fizemos quando chegaram os nossos aniversários: havíamos combinado que eu o presentearia com um livro e vice-versa. Mas é claro que eu tinha que fazer algo a mais ou não seria eu, risos. Resolvi presenteá-lo com um exemplar de O Rosto que Precede o Sonho, mais alguns bilhetes que coloquei entre as páginas do livro - aliás, você pode ler a resenha do Rafa aqui.

Pouco mais de um mês depois, chegou o meu aniversário e me emocionei com o presente que ele me deu. Como eu, ele também resolveu espalhar bilhetes no meu exemplar de Filhos do Fim do Mundo. Fui às lágrimas no meio da aula de contabilidade quando me deparei com citações dos livros que havíamos lido juntos, capítulos - ui! - exclusivos do livro que ele está escrevendo, a explicação de um soneto que ele dedicou a mim e uma carta falando sobre a nossa amizade.

Aí vocês se perguntam o motivo de eu ter escrito esse post. É que não vai demorar muito a vocês verem o Rafa por aqui com uma certa frequência. Não, ele não estará aqui como colunista, mas tenho algumas ideias de projetos para realizarmos juntos e achei interessante apresentá-lo a vocês antes de tudo. E agora eu quero que vocês contem pra mim nos comentários: vocês tem ou já tiveram uma amizade literária? Alguém já entrou no mundo literário com a sua ajuda? Quero ler as respostas, hein? Até a próxima!