09/09/2014

[Resenha] Malícia



Autor: Chris Wooding

Editora: Geração Jovem

Páginas: 430

Preço: 23,90 na Livraria Saraiva

Velocidade da leitura: Rápida - Média - Demorada

Ano: 2012











Segundo uma lenda urbana, existe uma revista secreta, Malícia, sobre um mundo macabro repleto de armadilhas e horrores, supervisionado por Jake Gigante, um sinistro mestre-de-cerimônias. Dizem ainda os boatos, que os adolescentes que aparecem na revista são pessoas reais, desaparecidas do nosso mundo e aprisionadas nos quadrinhos, vítimas das provações mortais de Jake Gigante. O livro intercala texto e quadrinhos.


Conheci Malícia (livro) antes mesmo de conseguir parceria com a Geração Editorial. Na época, eles estavam fazendo uma ação com o livro e vários parceiros estavam divulgando, o que fez com que ele chegasse a mim. Confesso que não me interessei tanto pelo livro de cara, mas ainda assim fiquei com vontade de conhecer sua história.

Quando trouxe o meu exemplar para casa (um presente da amiga Camille ♥), a primeira coisa que eu reparei foram as bordas escuras que aparecem na lateral do livro, causadas pelas partes em que a história é narrada em quadrinhos. Achei muito bacana a maneira com que o autor resolveu repartir seu livro, ideia de gênio mesmo! A capa revela o universo infantojuvenil por trás da história e me deixou bastante curiosa, ainda mais pelo nome, que além de possuir um significado forte, está muito bem realçado. Outras características do livro que curti foram a revisão e tradução, que ficaram impecáveis e adequados ao público.

Malícia (livro) vai nos contar a história de uma lenda urbana muito conhecida entre crianças e adolescentes de uma cidadezinha inglesa: dizem por aí que se você for corajoso o suficiente para chamar por Jake Gigante por meio de um ritual, ele o levará para Malícia, uma cidade localizada dentro de uma revista em quadrinhos escrita em tempo real. Nela, os mais diversos horrores se encontram e sobreviver é um desafio. É através desses rumores que Seth e Kady tomam conhecimento da revista, após o desaparecimento de seu amigo Luke. Assim, convencidos de que o garoto foi parar dentro da revista, eles correm atrás de respostas e acabam descobrindo muito mais do que imaginavam.

De cara me encantei pelo estilo de escrita de Chris Wooding. As descrições me situaram no clima da leitura e eu me sentia como se estivesse ao lado de Kady e Seth o tempo todo! Sem falar as partes mais sombrias, nas quais dava até aquele arrepio básico. Achei a narrativa bem fácil e o manuseio prático da terceira pessoa só melhorou tudo, me direcionando para diversos pontos de vista ao desenrolar do livro.

Outra coisa que achei sensacional foi esse bônus do autor intercalar as cenas entre a narrativa escrita e os quadrinhos. De certa forma, foi como se a adrenalina aumentasse um pouco mais quando eu via que as bordinhas cinza estavam se aproximando do ponto em que eu estava lendo, bem legal. Os quadrinhos também me permitiram visualizar como o autor imaginou os personagens e as situações vivenciadas por eles, o que sem dúvida me prendeu ainda mais.

E se teve um fator que não deixou a desejar em nada, foi a caracterização dos personagens! Me diverti muitíssimo ao lado de Seth e Kady, pois ambos são destemidos, tal qual grande parte dos personagens dos livros infantojuvenis. Um personagem em especial que me instigou bastante foi o Jake Gigante, pois apesar de ele não ser tão explorado nesse livro, acho que vai ser mais destacado no próximo volume (Caos).

Mais uma característica do livro que eu curti muito foi a ambientação de Malícia (cidade), que mais se parece uma cidade steampunk. Foi curioso ler a descrição dos locais pelos quais os garotos passavam e contemplar um tipo de cenário diferente para mim - para quem não sabe, eu nunca li um livro que fosse do gênero steampunk. Também gostei bastante da criatividade do autor na hora de criar suas criaturas malignas e os obstáculos pelos quais os personagens tem de passar para atingir seus objetivos. Chris Wooding me mostrou sem pena que sobreviver em Malícia (cidade) não é fácil.

Para fechar, curti muito a trama. A história é bem elaborada e o autor deixa algumas pistas que fizeram com que eu ansiasse ainda mais pela continuação do livro. Não achei nenhuma ponta solta e tudo se desenrola em seu devido tempo. Sem dúvida, um dos melhores infantojuvenis que eu já li. Recomendo a todos os públicos!