02/12/2012

[Resenha] A Morte da Luz



Autor: George R. R. Martin

Editora: Editora LeYa

Páginas: 336

Preço: 19,90 na Fnac

Leitura: Rápida - Média - Demorada

Ano: 2012











Sinopse:Primeiro livro escrito por George R. R. Martin, autor da renomada série As Crônicas de Gelo e Fogo, foi premiado com os principais prêmios do mundo de fantasia e ficção científica. Desde essa primeira história o autor já mostra o que o tornaria mundialmente famoso, seus personagens que não são nem vilões, nem heróis, mas sim seres complexos como todos nós. Um planeta está prestes a morrer, seu caminho se afasta das estrelas que trazem vida àquele lugar. Suas 14 cidades, construídas rapidamente quando o planeta passou por perto de uma grande estrela, também estão moribundas. Worlorn não é o planeta que Dirk t’Larien imaginava, e Gwen Delvano não é mais a mulher que conhecera. Ela está ligada a outro homem e a esse planeta moribundo preso no crepúsculo, seguindo em direção à noite sem fim. Em meio à paisagem desoladora, há um violento choque de culturas, no qual não há códigos ou honra e uma batalha se espalhará rapidamente.


Esse é mais um dos livros que recebi em parceria com a Editora LeYa. Estava bastante animada para ler, pois tinha ouvido muita gente falar bem do autor e dos livros que ele escreve. A diagramação é bem simples, porém, bonita. A capa não deixou de manter o padrão dos livros de George, mesmo este não sendo uma das obras que fazem parte da série Guerra dos Tronos. Quanto a revisão, também não encontrei muitos problemas, fora alguns errinhos de digitação desnecessários. A tradução também ficou ótima, manteve o estilo de escrita do autor, que diga-se de passagem, é maravilhoso.

No começo conhecemos Dirk t'Larien, um homem que vindo de Ávalon, busca atender o chamado de uma joia-sussurrante enviada por Gwen Delvano, mulher com quem se relacionou no passado. Buscando salvá-la, ele se depara com culturas complexas e diferentes de tudo o que ele poderia imaginar, além de inimigos dispostos a levar sua cabeça como um troféu assim que tiverem oportunidade para tal.

A estrutura histórica que George R. R. Martin construiu em A Morte da Luz é incrível. São séculos de tradições e conceitos criados a partir de sua imaginação, não tendo relação alguma com nossa vida humana atual. Em sua criação, George aproveita para fundamentar sátiras à igreja e aos métodos humanos atuais, sem sequer fazer referências diretas à nossa atualidade. A trama é muito bem desenvolvida e você percebe claramente que o que nos é dado na sinopse do livro não é o foco principal da história, há muito mais ali do que uma simples contracapa pode nos mostrar.

Quando iniciei a leitura, tive sim uma certa dificuldade em prosseguir, pois o autor nos fornece uma descrição bastante ampla do que está acontecendo e são muitas informações desconhecidas, mas com o passar das páginas, tudo vai se esclarecendo, e ele me pôs a par de como as coisas funcionavam em Worlorn. É necessária a plena atenção do leitor para que este entenda tudo o que se passa no universo criado por Martin, pois são muitas informações para se lidar ao mesmo tempo. Eu pelo menos, senti o impacto da diferença.

Uma coisa que me deixou bastante frustrada foi o tempo que demorei para finalizar esse livro. Por que? A escrita de George já é um tanto rebuscada, adicionando a grande quantidade de informações e descrições que eu tinha que assimilar por páginas, isso tudo gerava muito cansaço e eu acabava não conseguindo ler mais que cinquenta páginas por dia. Acho justo como alguns leitores que vi por aí, eleger o autor como um clássico estrangeiro, pois está à altura, em minha opinião.

Os personagens que conheci são muito distintos, e me apeguei a três em especial, Jaan Vikary, Gwen Delvano e Garse Janacek. O jeito heróico e ao mesmo tempo misterioso de Vikary me encantou bastante, e não pude deixar de preferir que Gwen ficasse com ele a Dirk. O protagonista só me inspirou nojo de seu egoísmo, entre outras atitudes. É, não gostei muito dele. Também me apeguei bastante à Gwen, pois ela é uma daquelas personagens que luta pelo que quer e não desiste, ainda que tenha seus ideais sendo constantemente reprimidos. Já Garse, com seu humor sarcástico e sua auto-certeza, me fez aguardar ansiosamente por cada tirada sua.

Não posso esquecer de mencionar aqui um ensinamento que o livro me transmitiu: a importância dos nomes e da valorização da nossa honra própria. A cultura dos personagens que habitam Worlorn prioriza muito o orgulho pessoal, o que me fez pensar bastante a respeito do quão longe uma pessoa poderia chegar para defender seu próprio nome e o dos seus.

Se você quer ser transportado para um universo diferente, ficar com o coração na boca nas horas mais intensas e ter o privilégio de passar os olhos por uma escrita magistral, leia A Morte da Luz, você não vai se arrepender. Recomendadíssimo, mas aviso que reserve bastante paciência para conseguir terminar o livro, porque é uma leitura a qual é imprescindível que se dedique atenção o suficiente para que não se deixe passar detalhes importantes a respeito da história.


4 comentários:

Comentários
4 Comentários
  1. ler os livros do tio george cansa mesmo, ele é bem detalhista.
    mas acho que vale a pena sabe

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    1. Oi Alice!

      Concordo com você, vale muito a pena, o cara é demais! O único problema é que como a leitura é bem demoradinha, não sinto ânsia alguma em relação a ler outro livro dele =\

      Beijos!

      Natalia Leal

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  2. Adoro o George, adoro As Crônicas de Gelo e Fogo e pretendo ler todos os livros dele que foram publicados aqui no Brasil o mais breve possível. Vale muito a pena ler os livros do George!

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    1. Oi, Laura!

      Eu tenho "As Crônicas de Gelo e Fogo" aqui, devo ler nas férias de julho... Eu sei que ainda está longe, mas eu sei que se pegar esse livro agora, vou passar pelo menos um mês com ele e é o que falta para terminarem as minhas férias, então, não é nada animador @_@

      Beijos!

      Natalia Leal

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