16/01/2014

[Pipoca Encantada] A Menina que Roubava Livros



Considerada como uma das adaptações mais esperadas de 2014, A Menina que Roubava Livros deixou muitos leitores curiosos. Conhecido por gerar muito impacto entre críticos e leitores assíduos, o livro foi capaz de arrebatar muita gente envolvida no meio literário. Tanto amor e favoritismo em relação à obra gerou muita aflição e expectativa quanto a sua chegada nas telonas: será que o filme deixaria a desejar? Os atores escalados exerceriam seus papéis com eficiência? Espectadores se emocionariam na sala de cinema tanto quanto durante a leitura do livro?

Mesmo não tendo lido a obra original – o que para mim é comum, quando se trata de assistir adaptações – entrei na sala acompanhada da Camille, a quem agradeço muito pelo convite e sob patrocínio da Editora Intrínseca, com tantas expectativas quanto seus leitores, curiosa por não saber muito sobre a trama e ao mesmo tempo aflita por já ter ideia de que seria algo muito emocionante.

A história já começa com uma cena de dar dó, na Alemanha nazista, quando a caminho de ser recebida por uma nova família, Liesel (Sophie Nélisse) perde o irmão. Durante o enterro do mesmo, ela observa enquanto o coveiro derruba um livro do bolso e o apanha sem pensar duas vezes. A seguir, ela o guarda com carinho, tendo nele a lembrança de seu irmão e sua mãe, que por ser comunista, provavelmente foi pega por Hitler.

Ao ser recebida pela família, se depara com "um homem com o coração de acordeão" e uma "mulher trovão". Apesar de no começo, sua adaptação ser um tanto quanto difícil, é visível a afinidade que a menina conquista com o pai adotivo, Hans Hubermann (Geoffrey Rush), o qual começa a lhe alfabetizar no porão da casa e fazer de tudo para que Liesel seja amada e bem recebida em seu novo lar.



Durante o longa, podemos acompanhar toda a frieza e clima da guerra mundial entre os alemãos. Discursos são feitos, cantigas com ideais absurdos são entoadas por crianças de doze anos de idade, livros são queimados (ai, que dor no coração), revistas são realizadas para evitar que judeus e fugitivos escapem das garras do Fürher e a agressão rola solta em quem tentar impedir.

É nessa atmosfera de constantes perdas, temores e sofrimento, que Liesel conhece Rudy (Nico Liersch), um garotinho muito simpático que logo de início demonstra sinais de afeição pela personagem. Entre brincadeiras e apostas de corrida, o casalzinho desenvolve uma amizade segura pela confiança, lealdade e todo o prazer que só os melhores amigos encontram juntos.

Vale pontuar que essas crianças atuam muito bem! Sophie Nélisse soube expressar emoção quando necessário e suportar toda a carga emocional da personagem, tocando o espectador nos momentos de ápice do filme e criando uma imagem inesquecível da pequena Liesel. Já Nico Liersch preencheu seu papel com toda a ingenuidade, esperteza e vontade de viver de uma criança, ainda que vivendo em tempos de guerra, nos quais tinha suas opiniões oprimidas pelo rigoroso regime da época.



E se você pensa que o título foi atribuído apenas pelo pequeno furto cometido por Liesel no começo da história, está enganadíssimo! Com o desenrolar do filme, a menina acaba se afeiçoando mais à seus pais adotivos e compreendendo melhor o temperamento forte de sua mãe, Rosa (Emily Watson), descrita por ela como a "mulher trovão".

E é com muita aflição que em um dia qualquer, a tal mulher trovão e seu marido resolvem acolher um judeu com quem Hans tem uma dívida de vida. Seu nome é Max (Ben Schnetzer) e aos poucos, ele se revela como um jovem muito cativante, que desperta a amizade e carinho da tão querida Liesel, que agora já sabe ler e tem uma curiosidade enorme a respeito das palavras e livros que encontra por aí.

Mas como nem tudo são flores, muito menos no universo de A Menina que Roubava Livros, Max, por estar vivendo em condições precárias como fugitivo, acaba adoecendo, causando preocupação grandiosa entre os membros da pobre família. Isso faz com que Liesel passe a roubar mais livros, dessa vez da primeira dama (Barbara Auer), moça que abre as portas de sua biblioteca particular para ela. Por que ela os rouba? Simplesmente para poder ler em voz alta para Max, com o simples objetivo de que ele melhore da doença e cale sua aflição.



Acho que já contei muito sobre a trama do filme, se soltar mais os dedos vou acabar contando spoilers. Concluo essa crítica dizendo que vale a pena sim! Esse é um longa metragem pra lá de emocionante, dotado de um elenco cativante e que sabe o que faz, encarnando seus papéis com muita veracidade e espontaneidade.

É sofrível, Nath? Sim, demais! Perdi as contas de quantas vezes chorei na sala de cinema. As cenas de clímax foram muito bem executadas, então podem preparar os lencinhos e toalhinhas para enxugar as lágrimas, pois serão muitas. Mas além de emocionante, esse é um filme que vai te cativar por inteiro. Se você for leitor mesmo, vai se identificar com a curiosidade de Liesel perante a leitura e se emocionar com a mensagem sobre família e superação que não foi deixada para trás. Super recomendo!


4 comentários:

Comentários
4 Comentários
  1. Uhuulll! Fiquei superfeliz ao terminar de ler sua crítica. Que bom, que ótimo que o filme é assim como você descreveu. Estou com muita vontade de assistir, e espero que seja logo.

    http://blogliterariopalavrasaovento.blogspot.com/

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    1. Oi, Samuel!

      Fico feliz que gostou! Recomendo bastante o filme, é simplesmente sensacional, do tipo que te deixa sem palavras!

      Beijos,

      Natalia Leal

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  2. Li esse livro há tanto tempo que nem lembrava muito, foi ótimo ler esse post, e relembrar um pouco. Louca para assistir esse filme!!

    Beijos, Thaysa Rocha.
    www.livrosqueinspiram.blogspot.com.br

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    1. Oi, Thaysa!

      Fico muito feliz pelo feedback positivo, adorei saber que a crítica te incentivou a assistir o filme! Se possível, garanta o seu lugar na estréia, pois é um filme que vale muito a pena ser lembrado.

      Beijos,

      Natalia Leal

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