Autor: Margaret Stohl e Kami Garcia
Editora: Galera Record
Páginas: 490
Preço: 27,50 na
Livraria da Folha
Velocidade da leitura: Rápida -
Média - Demorada
Ano: 2011
Sinopse: Ethan é um garoto normal de uma pequena cidade do sul dos Estados Unidos e totalmente atormentado por sonhos, ou melhor, pesadelos com uma garota que ele nunca conheceu. Até que ela aparece... Lena Duchannes é uma adolescente que luta para esconder seus poderes e uma maldição que assombra sua família há gerações. Mais que um romance entre eles, há um segredo decisivo que pode vir à tona. Eleito pelo Amazon um dos melhores livros de ficção de 2009. Direitos de tradução vendidos para 24 países. Um filme da série está sendo produzido. "Pacote completo: um cenário assustador, uma maldição fatal, reencarnação, feitiços, bruxaria, vudu e personagens que simplesmente prenderão o leitor até o fim..."
Conheci a série
Beautiful Creatures através das frequentes indicações da blogueira
Marina Moura, antes mesmo do filme ser lançado. Gosto muito do blog da Marina e por confiar nas indicações dela, resolvi seguir essa e comprei o meu exemplar em uma feirinha de livros em julho do ano passado. Louca para conferir antes do filme ser lançado para assistí-lo e fazer as devidas comparações, comecei a leitura de
Dezesseis Luas com as expectativas lá em cima. Acontece que não sei se o livro foi uma decepção.
Eu simplesmente amei a capa da obra, mas confesso que a mesma perdeu muitas estrelas na avaliação por conta da editora. Eu fiquei seriamente desapontada com a
Galera Record pelo péssimo trabalho de impressão e revisão realizado no meu exemplar. Por várias vezes encontrei erros de impressão, sinalizados pela falta de travessões, acentos e pontos. A revisora me deixou irritadíssima ao deixar passar repetidamente erros simples como a troca da palavra "boca" por "bola". Eu não esperava me deparar com isso, pois gosto muito do trabalho dessa editora em especial, ou seja, fiquei chateada.
Desânimo à parte, a premissa não deixou de me encantar. Ethan é um jovem rapaz que vê o mundo de uma forma diferente que as pessoas normais. Habitante de Gatlin e pertencente à família Wate, ele luta para sobreviver em meio à futilidade da sociedade com que convive. No caso, nossa história é ambientada em um cenário gótico e repleto de tradições relacionadas à história do lugar, sendo que os habitantes são mobilizados constantemente por um grupo de mulheres seguidoras fiéis dos costumes da cidade. Porém, o mundo de Ethan vira de cabeça para baixo quando ele começa a ter sonhos estranhos e incrivelmente reais com uma garota misteriosa e percebe que a mesma é aluna nova em sua escola, sobrinha de um cidadão recluso, a quem muitos temem.
Os personagens de
Kami Garcia e
Margaret Stohl são maravilhosos! Bato palmas de pé para as duas autoras, que construíram personagens interessantíssimos e com diversas características que me deixaram encantada, tanto que nem tem como eleger os meus favoritos, pois todos são de criação genial. Agora eu entendi porque a série se denomina por
Beautiful Creatures: não há outro termo para definí-los, são realmente criaturas lindas, não tem como você não se afeiçoar por pelo menos um deles.
Porém, embora tenham acertado no cenário e nos personagens, achei que as autoras pecaram muito na estrutura da história. Por que? Achei que elas podiam dosar melhor a hora em que cada acontecimento acontece, pois recebi uma carga muito grande de informações de uma vez só. Vamos lá, a atmosfera retratada no livro é pesada, fora que temos aqui um conceito histórico amplo de Gatlin, múltiplos conflitos, criaturas novas e totalmente diferentes... Ou seja, isso sobrecarrega a mente de qualquer um. Eu não sei se quem já leu
Dezesseis Luas teve o mesmo problema que eu, mas eu não conseguia avançar mais de quarenta páginas sem ganhar uma bela dor de cabeça. E teria sido fácil terminar a obra se a narrativa das autoras fosse fácil e gostosa, o que não é.
Apesar do livro ser narrado em primeira pessoa, a escrita de
Kami Garcia e
Margaret Stohl é bastante descritiva, o que não deixa de ser um ponto positivo, pois reforça a grande percepção que nosso protagonista possui, mas também cansa o leitor. É claro que as autoras me prenderam, mas isso não aconteceu por causa da premissa e muito menos por conta do cenário. Me senti presa pela afeição que despertei pelos personagens, que cá pra nós, marquei como o ponto alto do livro. A história em si é boa? Ótima! O final foi bem concluído? Maravilhosamente bem. Mas até chegar lá, tive de resistir muito contra a vontade de abandonar a obra e começar algo mais leve.
Apesar dos pesares, temos como um ponto positivo o fato de o romance não ser o foco do livro. Já que compararam
Dezesseis Luas a
Crepúsculo, vou fazer o mesmo. Na segunda obra, acontecem muitos conflitos, mas o leitor é puxado diversas vezes para o casal principal: Edward e Bella. Já em
Dezesseis Luas, você é desviado do romance para prestar atenção no que está acontecendo além dele. Tá, existem razões plausíveis pelas quais eles devem e não podem ficar juntos, mas isso não é o que te desperta mais atenção, o que fez com que o livro ganhasse pontos extras comigo.
Enfim, acho que já deu pra perceber que
Dezesseis Luas tinha tudo para ganhar o meu coração de vez, mas por um errinho aqui e outro ali, acabou não ficando entre os meus favoritos. Não estou tão curiosa para continuar a série, visto que o gancho deixado pelas autoras não me satisfez muito e só não me despeço desse universo porque me apeguei muito à Lena e Ethan. Mas acredito que vai demorar muito para que eu leia o sucessor de
Dezesseis Luas,
Dezessete Luas. Uma dica para você que quer ler: alterne com um chick-lit.