Autor: Kiera Cass
Editora: Seguinte
Páginas: 368
Preço: 22,30 na Saraiva
Leitura: Rápida - Média - Demorada
Ano: 2012
Sinopse: Para trinta e cinco garotas, a “Seleção” é a chance de uma vida. Num futuro em que os Estados Unidos deram lugar ao Estado Americano da China, e mais recentemente a Illéa, um país jovem com uma sociedade dividida em castas, a competição que reúne moças entre dezesseis e vinte anos de todas as partes para decidir quem se casará com o príncipe é a oportunidade de escapar de uma realidade imposta a elas ainda no berço. É a chance de ser alçada de um mundo de possibilidades reduzidas para um mundo de vestidos deslumbrantes e joias valiosas. De morar em um palácio, conquistar o coração do belo príncipe Maxon e um dia ser a rainha.
Para America Singer, no entanto, uma artista da casta Cinco, estar entre as Selecionadas é um pesadelo. Significa deixar para trás Aspen, o rapaz que realmente ama e que está uma casta abaixo dela. Significa abandonar sua família e seu lar para entrar em uma disputa ferrenha por uma coroa que ela não quer. E viver em um palácio sob a ameaça constante de ataques rebeldes.
Então America conhece pessoalmente o príncipe. Bondoso, educado, engraçado e muito, muito charmoso, Maxon não é nada do que se poderia esperar. Eles formam uma aliança, e, aos poucos, America começa a refletir sobre tudo o que tinha planejado para si mesma — e percebe que a vida com que sempre sonhou talvez não seja nada comparada ao futuro que ela nunca tinha ousado imaginar.
Como vocês já devem ter percebido, A Seleção era um livro que eu queria bastante. Lutei muito para não comprá-lo ao invés de Divergente no natal, mas não me arrependo, pois logo depois tive a oportunidade de adquiri-lo. Gostei bastante da Seguinte ter lançado o livro com um preço super acessível, o que me ajudou a comprá-lo sem demora, ponto para o selo da Cia. das Letras! Minhas expectativas em relação a ele estavam bastante altas, e posso dizer que consegui excedê-las. O novo selo também ganhou muitos pontos comigo pela capa bem feita - destaque ao lindo título em relevo -, revisão e diagramação super caprichadas. Adorei o cuidado da editora com o livro.
Em Illéa, país originado da terceira guerra mundial, as pessoas são divididas em oito castas, sendo a casta um a mais poderosa delas. Cada casta possui um atributo especial, ao qual os trabalhadores são destinados a se dedicar, para que possam assim, ganhar a vida. America Singer é uma jovem da casta cinco, não tão pobre para necessitar avidamente de comida, mas não tão rica a ponto de ter uma vida extremamente confortável. O atributo de sua casta é a arte, de forma que America se dedica à música, fazendo apresentações para garantir o seu sustento, junto com sua família.
Porém, todo mundo distópico tem suas tradições e modos de regimento, e com Illéa não é diferente. Os jovens são proibidos de namorar com pessoas de castas inferiores sem antes passar por um longo processo político e - adivinhem só! - nossa protagonista está vivendo esse dilema. America é apaixonada por Aspen, um rapaz da casta seis, sendo assim, muito mais necessitado do que ela. Ambos tem planos de se casar, que são instantaneamente arruinados quando a mocinha se inscreve no reality show A Seleção e é sorteada. O que é A Seleção? Uma competição tradicional do país envolvendo 35 garotas de 16 a 20 anos, cada qual disputando a chance de ganhar o coração do príncipe de Illéa, se tornar uma rainha e subir à casta um. Entre o amor e a sobrevivência, qual necessidade será a mais forte? É isso que você vai conferir em A Seleção!
Primeira característica do livro que eu amei: o fato de America já estar envolvida em um relacionamento de mais de dois anos. Fala sério, gente! Eu já estava cansadíssima dessas protagonistas que se apaixonam fácil, fácil pelo mocinho da história, e só por ele. Estava na hora de alguma delas bater o pé e começar o livro namorando, né? Afinal, se elas têm qualidades o suficiente para conquistar aquele rapaz perfeito, é natural que elas fisguem o coração de outros caras também. Outra coisa que me ganhou foi da personalidade de America. Me identifiquei muito com ela e me vi encantada com sua determinação em cuidar de sua família. Mas apesar de estar sempre se preocupando com sua sobrevivência, ela também é sonhadora como toda menina e deseja com todas as suas forças se casar com Aspen, seu amado.
Quanto ao triângulo amoroso da história, sou team Maxon. É claro que eu não costumo gostar de rapazes fofinhos quando se trata de literatura, mas o Maxon me encantou na primeira aparição. Ele é gentil, engraçado, compreensivo e um príncipe em todos os sentidos! Achei que a relação deles foi bem construída, super despretensiosa e leve. Alguns triângulos me decepcionam por serem um tanto forçados e irreais, o que não aconteceu aqui, pois a relação deles se mostrou bastante convincente. Mas apesar de ter sua alteza como forte opção, America ainda se divide entre Aspen, personagem do qual não gostei muito. É claro que todas as dúvidas e incertezas de ambos me foram plausíveis, mas eu simplesmente não simpatizei com ele, acho que por questão de preferência mesmo. Ele é tipo o Gale - desculpa gente, tive que comparar - de Jogos Vorazes para mim.
Além de me encantar com os personagens de Kiera Cass, sua escrita me derreteu. O livro é narrado em primeira pessoa pela America, que é super carismática e realmente me conquistou. Os momentos durante o concurso me deixavam sedenta por mais a cada linha que eu lia, é totalmente viciante! A autora soube personificar muito bem as concorrentes ao decorrer da história e atear a cada uma delas um objetivo: algumas estavam ali por amor ao príncipe, mas outras queriam apenas o dinheiro e a coroa. E é claro que ela teve de retratar os malefícios da competição feminina! Ri demais em algumas cenas e confesso que fiquei com pena de algumas participantes. Me senti como se tivesse sido transportada para o palácio, com a oportunidade de acompanhar o reality show ao lado das Selecionadas.
Falando em palácio, o cenário criado por Kiera é encantador! Nos vemos em meio a quartos luxuosos, jardins hipnotizantes, jóias de fazer inveja e vestidos estonteantes. Quem gosta de contos de fada, vai se apaixonar por esse universo, ao mesmo tempo tenso e convidativo. E como não dá pra agradar todo mundo, encontramos também rebeldes, pessoas insatisfeitas com o governo e que querem mudar a força o regime imposto pelos monarcas. Os ataques ao palácio ocorrem algumas vezes, e é possível sentir a agonia e o desespero de quem está vivenciando a situação. Temi muito pelas Selecionadas, assim como pelas empregadas do palácio, que não deixavam de ser alvo dos manifestantes rebelados por sua fúria.
Concluindo, se você não leu A Seleção, pare tudo o que está fazendo e corra para garantir o seu exemplar. Tive a felicidade de ler esse livro em menos de um dia, de tão gostoso que foi o passatempo. Definitivamente, aconselho que aposte e mergulhe nessa distopia, você vai se apaixonar.